Em
meu primeiro trabalho como colunista do blog Espaço Vesânico, proponho um tema
que a alguns intriga e em outros gera apatia, pela falta de vontade de matutar
a respeito. Mas tal apatia é, inevitável, e em
certos níveis aceitável, contribuindo assim para estabilidade do
sistema das relações sociais, assim como afirma J. Schumpeter a respeito da
Teoria procedimental da Democracia.
É
dito que a justiça é um conceito relativo, variado de acordo com os Países,
Estados, culturas, etc. No entanto, ao pensar tal questão, algo me vem em
mente: quão relativo é o conceito de justiça no que se refere as relações
sociais e a distribuição de renda? Impossibilitado então de, por meio de
um simples texto, definir todas as complexas variantes do conceito de Justiça,
levanto uma questão que, quem sabe, ainda não tenha sido analisada: Qual
posicionamento seria mais justo: tratar todos os indivíduos de maneira igual,
privando a todos e beneficiando a todos de forma igual, ou, tratar cada um da
forma que merece? Merecimento tal, creditado a cada um mediante uma construção
social que envolve a todos inseridos numa comunidade ou grupo social.
Ao abstrair sobre tal temática e, serem geradas sinapses que me permitem moldar e cristalizar as ideias, proponho chegar ao amago da questão apresentado uma pequena metáfora:
Em uma “sociedade”, tribal constituída em sua maioria por nativos de estatura baixa e tranco largo, e a minoria de estatura alta e tronco estreito, escolhem um novo chefe, que ajudaria a guiar e decidir questões de toda a tribo. O novo chefe era sábio Sempre que lhe traziam alguma questão complexa ele prontamente resolvia e sua imagem de líder era dia após dia elevada. Certa feita, um grupo de antropólogos inseriu-se na tribo para estuda-los. O chefe, com toda sua sabedoria permitiu, crendo que assim demostraria seu carisma aos visitantes e um bom coração a tribo. Juntamente com os antropólogos vieram dois arquitetos. Estes, após alguns dias na tribo, viram a “necessidade” de serem construídas portas nas malocas dos nativos. Ao chegarem ao grande e sábio chefe, lhe apresentam a proposta. No entanto algo não estava de acordo. As portas, ou seriam altas e estreitas, ou baixas e largas. Visto que os nativos aderiam a ideia e pressionavam juntamente com os arquitetos, o chefe para que desse uma resposta, este viu-se preocupado.
Ao abstrair sobre tal temática e, serem geradas sinapses que me permitem moldar e cristalizar as ideias, proponho chegar ao amago da questão apresentado uma pequena metáfora:
Em uma “sociedade”, tribal constituída em sua maioria por nativos de estatura baixa e tranco largo, e a minoria de estatura alta e tronco estreito, escolhem um novo chefe, que ajudaria a guiar e decidir questões de toda a tribo. O novo chefe era sábio Sempre que lhe traziam alguma questão complexa ele prontamente resolvia e sua imagem de líder era dia após dia elevada. Certa feita, um grupo de antropólogos inseriu-se na tribo para estuda-los. O chefe, com toda sua sabedoria permitiu, crendo que assim demostraria seu carisma aos visitantes e um bom coração a tribo. Juntamente com os antropólogos vieram dois arquitetos. Estes, após alguns dias na tribo, viram a “necessidade” de serem construídas portas nas malocas dos nativos. Ao chegarem ao grande e sábio chefe, lhe apresentam a proposta. No entanto algo não estava de acordo. As portas, ou seriam altas e estreitas, ou baixas e largas. Visto que os nativos aderiam a ideia e pressionavam juntamente com os arquitetos, o chefe para que desse uma resposta, este viu-se preocupado.
Qual
seria a solução? O chefe não estava preparado para tal questão, no entanto ao
meditar sobre ela, percebeu que a solução seria beneficiar alguns em detrimento
de outros. Como os nativos altos eram os que possuíam maior prestigio
na tribo, eles ficariam com as portas nas malocas, e os nativos baixos não
receberiam o beneficio. Nesse meio tempo, os nativos baixos vieram reclamar os
motivos do seu amado e venerado chefe e líder não os beneficiar também com
as tais portas das malocas. O chefe disse que não seria possível pois
não seria justo com os nativos de estatura alta se
todos possuíssem portas largas e baixas. O nativo se posicionando
disse que não seria justo para com os baixos não poderem entrar em casa pois
suas portas não seriam largas para seus ombros. O chefe, viu que cometera um
grave erro, não pensou no bem geral, mas no bem particular. Após dois dias
meditando o chefe percebeu que a melhor solução seria, portas largas e baixas
aos nativos baixos e largos, e portas altas e estreitas aos nativos altos e
estreitos de ombros. De tal forma todos seriam beneficiados
e ninguém entraria em atrito. Mantendo-se a boa visão
que possuíam do chefe tribal.
Nessa breve e simplista metáfora, percebe-se que o chefe, escolhido pela tribo poderia desde o principio ter optado por beneficiar a ambos os tipos de nativos, cada um da forma que mereciam ser. No entanto, como não havia até então a necessidade de pensar tal questão, não os via com estruturas diferentes, pois todos possuíam malocas similares, com grandes buracos na entrada.
Nessa breve e simplista metáfora, percebe-se que o chefe, escolhido pela tribo poderia desde o principio ter optado por beneficiar a ambos os tipos de nativos, cada um da forma que mereciam ser. No entanto, como não havia até então a necessidade de pensar tal questão, não os via com estruturas diferentes, pois todos possuíam malocas similares, com grandes buracos na entrada.
Beneficiar
a todos os indivíduos de uma sociedade de forma igual é menos justo
que compreender as necessidades particulares de cada um, e só assim então
fornecer o beneficio. Muitos afirmam que a igualdade é permitir
que todos tenham acesso de forma igual a
objetos, serviços e benefícios iguais. No entanto, ao
compreender o caso dos nativos na tribo, vemos que na sociedade que vivemos é
da mesma forma. Existem indivíduos que possuem capacidade e
necessidades diferentes uns dos outros, e estas devem ser levada em
consideração sempre que for necessário beneficiar ou reter algum
beneficio da sociedade, como um todo.
Nós talvez sejamos
os nativos altos e estreitos, e não nos conformaríamos com portas
largas e baixas, ou vice-e-versa.
Concluo dizendo que, mais justo é
tratar a todos de forma igual tratando cada um de forma diferente. Confuso?
Talvez. Mas a verdadeira igualdade esta no compreender de forma igual as
diferenças.
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