21.11.13

O CHAMADO DO CUCO





Por: Pedro Almeida

Autor da aclamada série infanto-juvenil, Harry Potter, J.K. Rowling, surpreende ao lançar livro com pseudônimo de Robert Galbraith. Em uma entrevista a escritora revelou que dessa maneira se sentiu mais livre para escrever, sem a pressão do nome que ela carrega. Modéstia ou estratégia de marketing, o fato é que seu novo livro se tornou best-seller assim que o segredo foi revelado.

Após o sucesso que seu último livro, Morte Súbita, ficou evidente que Rowling agora pretende escrever para um público mais adulto, deixando de lado a fantasia e se entregando as tramas mais sombrias. Analisando por um lado, fica claro que a maioria dos fãs que acompanharam a saga que a fez renomada, hoje, estão mais crescidos e podem acompanhar a evolução junto com a sua escritora.

CRÍTICA:


Nota: 9,0 

O Chamado do Cuco (The Cuckoo's Calling) com toda a certeza vai surpreender e cativar os ávidos amantes da literatura policial. A trama esta centrada no suposto suicídio da famosa modelo Lula Landry, seu irmão, decidido a provar que a famosa foi assassinada, contrata os serviços do detetive particular Cormoran Strike. Este por sua vez, está falido, foi largado pela esposa que amava, e ainda é assombrado pelos fantasmas do passado, tanto pela guerra que lutou, quanto pela infância turbulenta. Rowling mostra aqui sua excelente capacidade de criar personalidades, fazendo com que assim, os leitores se identifiquem com a história.

Morando no próprio escritório, e contando com a ajuda da prestativa e inteligente nova secretária temporária, Robin, que assim como ele é apaixonada pela rotina das investigações, Cormoran parte para a missão, entrevistando todos os envolvidos na história da modelo nos dias antes de sua morte. 

A investigação faz com que o detetive mergulhe no submundo das celebridades, da imprensa de fofoca, drogas, pubs, baladas e becos. A cada entrevista que ele faz fica claro uma coisa, ninguém é santo nessa história, e as surpresas finais chocam tanto o leitor quanto a própria identidade do assassino. Mostrando que por de trás de cada rosto bem maquiado e de uma conta bancária de vários digítos, medos, transtornos, e faltas de pudor são constantes.

A narrativa é bem construida e de fácil interpretação, Rowling domina a arte de prender o leitor. Você começa lendo um capítulo e repete para si mesmo: Só mais um. Quando percebe, o livro já acabou, e então você fica triste e louco para ler mais um.

Na minha opinião, Rowling peca em apenas um quesito. A falta de ação no livro, é algo notório, afinal, uma história de detetive, merecia, uma cena de perseguição ou algo do tipo, mesmo a luta corporal entre Cormoran e o assassino no final do livro, dura poucos caracteres e não convense, contudo, mesmo assim, o livro é digno de boa nota.



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